domingo, dezembro 05, 2010

The Dreamers (2003)



É como estão dizendo por aí: “Os Sonhadores” é um poema de amor ao cinema. E disso ninguém pode duvidar. Um filme bonito, que muitas vezes beira o grotesco sexual, mas não perde nunca a sua essência. O filme conta a história de um jovem americano que vive em Paris; a época é final dos anos 60, e várias manifestações de protestos de estudantes ocorrem em toda a Europa. Apaixonado por cinema, o jovem americano conhece um casal de irmãos gêmeos que também são cinéfilos de carteirinha (é narrado que eles sentam na primeira fila com o intuito de pegar a cena enquanto ela ainda está viva, enquanto não é passada de fila em fila. Isso sim é cinéfilo). O americano Matthew, interpretado por Michael Pitt, acabada conhecendo o comportamento estranho dos irmãos, pois fora convidado a ficar uns tempos na casa deles, durante o período em que seus pais estão fora viajando. A partir dessa aproximação, começa um triangulo amoroso, mas não um triângulo comum como em Três Formas de Amar, pois Matthew se apaixona por Isabelle (Eva Green) e gosta de conversar com Théo (Louis Garrel). Isabelle faz a moça culta, independente, segura, mas no fim das contas, como ela mesma diz: eu estava apenas representando. Enquanto seu irmão Théo é um revolucionário passivo, cheio de idéias, mas como diz Matthew: você fala, mas sequer consegue se imaginar no meio da revolução. Com personagens tão ricos, seria quase impossível não estar recheado de ótimos diálogos. Mas, na minha opinião, o “cara” do filme é o pai dos irmãos. E quem assistir vai perceber isso. Ah, quase esqueço de falar da trilha, magnificamente escolhida para coroar essa obra-prima de Bertolucci. Muito bom, vocês precisam ver.


“A primeira vez que vi um filme na Cinemateca Francesa, pensei: Só os franceses instalariam um cinema em um palácio. O filme era ‘Paixões que Alucinam’ de Sam Fuller. Eram imagens tão fortes que até hipnotizavam. Tinha 20 anos. Era o fim dos anos 60 e estava em Paris estudando francês. Mas foi aqui que recebi minha verdadeira educação. Tornei-me membro do que na época era uma espécie de maçonaria, a maçonaria dos cinéfilos”.
Matthew revela sua necessidade de cinema, estupefato pela consciência cultural de Paris.

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As palavras que dizemos ficam gravadas em nosso inconsciente e se misturam ao nosso destino. Esta é uma lei inevitável, e por isso nossa vida é, de fato,resultado do nosso pensamento.